IGNORÂNCIA E CETICISMO
Há uma diferença essencial entre não acreditar em nada ignorando tudo e ser um cético.
Eu sou um cético que não acredita em muita coisa facilmente, porém esse ceticismo não envolve a negação peremptória ou conclusiva de situações sem analise, (ignorar) pois, dentro das mesmas coisas eu busco ter uma razão em que possa determinar o meu parecer e assim, acreditar ou renegar totalmente sem ignorar simplesmente.
Antes de embasar a minha opinião, reconsidero e reformulo as instâncias para obter uma opção livre de paradigmas e considerando que, num caso qualquer, a questão não deve ser resolvida pela supressão das dúvidas e sim com perguntas e questões através de um estudo mais "aprimorado" que é o encontro de duas opções contanto que sejam auto excludentes entre si e instar ao paradoxo,
Note que considero a ignorância como o ato de suprimir a analise e conclusão e não se refere a ignorar por ser inculto.
NO CASO DEUS -
Sócrates morreu tomando veneno, numa alegoria criada por Aristóteles na tentativa de resolver o paradoxo de:
A consciência vem de fora? – ou, vem de dentro?.
Sócrates morreu tomando veneno, numa alegoria criada por Aristóteles na tentativa de resolver o paradoxo de:
A consciência vem de fora? – ou, vem de dentro?.
Para o filósofo – Sócrates - a consciência vinha de dentro – era interna e gnóstica, por decisão em grupo o que seria a decisão gnóstica pela vida, tornou-se em mundano, ou término da busca do criador – foi para fora.
Solidificou-se a questão, e a solução foi dada pela morte de Sócrates e Sócrates foi enterrado, juntamente com o demiurgo. "Demios + construtor" .
Segundo Platão (428-348 a.C.), filósofo grego:
O artesão divino ou o princípio organizador do universo que, sem criar de fato a realidade, modela e organiza a matéria caótica preexistente através da imitação de modelos eternos e perfeitos.
PLATÃO - discípulo de Sócrates - tinha um conceito adquirido - que a alma e corpo são uma forma de vida - MAS - ALMA É UMA JUNÇÃO DE CORPO E ESPIŔITO - esse conceito, em sua mente estava limitado, e conforme o mesmo que se sabia no judaísmo EM QUE: o espírito, não se encontrava no ser - e era etérico e divino e impalpável e único – UNO -
UM CONCEITO DERRUBADO ATUALMENTE. POR GRANDE MAIORIA, ENTRE RELIGIOSOS OU NÃO.
Só restou dessa hipótese A UNIDADE DA CONSCIÊNCIA..
Só restou dessa hipótese A UNIDADE DA CONSCIÊNCIA..
Platão dividia a alma em três partes.
1- O lado racional que está localizado na cabeça, seu objetivo é controlar os dois outros lados, com ele adquiriria a sabedoria e a prudência.
2- O lado irascível está localizado no coração, seu objetivo seia o de fazer prevalecer os sentimentos e a impetuosidade, com ele adquirimos a coragem. Por último …
3- Temos o lado concupiscente que está localizado no baixo-ventre, seu objetivo é satisfazer os desejos e apetites sexuais, com ele adquirimos a moderação ou a temperança.
No Mito do Cocheiro, no diálogo “Fedro”, Platão compara a alma a uma carruagem puxada por dois cavalos, um branco (irascível) e um negro (concupiscível).
Se -pudesse voltar no tempo, eu o avisaria que – o corpo é mortal e o espírito é imortal e que a alma é a junção do Espírito, sob jurisdição e controle do corpo.
Uma alma morta é um espíritolivre ( …) e uma alma vivente é um espírito preso na carne.
DOU ao nome DEUS o significado de CONSCIÊNCIA. Não menos do que uma consciência SUPERIOR. Uma existência imaterial e um princípio criador.
Toda causa produz um efeito desencadeando uma série de realizações e acontecimentos, mesmo sem querer ou saber nós alteramos o mundo em nosso redor pelo pensamento tanto quanto pelo comportamento.
Criamos o bem e o mal em fluxos que não são casuais e são causados e programados pelas nossas emissões de vibrações, e conforme a nossa frequência mental reproduzindo no mundo todas as coisas conforme os nossos pensamentos e sentimentos emitidos. E tudo o que plantamos – plasmando pelo nosso pensamento - tem retorno garantido e a devida colheita - tudo pode retornar como celestial ou infernal conforme os colocamos no mundo.Isso é imanente em nós.
Não consigo conceber um DEUS, que seja humano e nem qualquer outro tipo de divindade que tenha uma individualidade e que venha a estabelecer princípios morais não compreensíveis ao ser instintivo.
Somos semelhantes à DEUS, mas Deus não é semelhante à nós fisicamente, não é difícil concluir que a ideia formada acerca de DEUS, como um ser antropomórfico, vigilante e punitivo está completamente fora da realidade.
Altos princípios são concebidos por consciências altas e não instintivas.
PLATÃO
* A ontologia é mais estática do que a gnosiologia. O grau máximo do ser, entendido como essência existente, é o mundo das formas eternas e perfeitas ou arquétipos que, em Platão, se situa acima do céu visível, no hiperurânio.
Esses arquétipos estão imóveis por toda a eternidade.
Na gnosiologia, há uma dualidade entre o cognoscente, aquele que conhece ou está em busca do conhecimento, e o cognoscível/ incognoscível, que é o objeto do cognoscente, a meta do movimento sensório-intelectual deste.
A ética é também menos estática do que a ontologia porque pressupõe um movimento prático ou teorético-sentimental do sujeito em direção a valores de bem ou de mal, de justo ou de injusto. E se esses valores não existirem mas forem meramente imaginários - irrealismo ético - há, mesmo assim, um movimento do sujeito em direção a ideias imaginárias, ilusórias.
A existência de Deus, livre dos paradigmas e inclusive dogmas, não tem NENHUMA solução, enquanto o buscador não tentar chegar a um ponto paradoxal único que desencadeará a sua iluminação nesse particular trecho de seu caminho: o paradoxo é a placa indicativa em uma bifurcação - à esquerda indica Deus e à direita indica sem Deus e não há mais "um caminho do meio"
1- se o homem é um produto de natureza química e causada pela simples existência e condições para tal que ainda não podemos determinar ou reproduzir laboratorialmente;
1.1 - ou, se há uma energia que foi posta na matéria e fez surgir a vida;
2- se a vida surge por fatores fora da química, sem a abrangência de energia, excluímos um deus;
2.1 – se a vida surgiu por um fator supranatural, uma energia e no caso a abiogênese, ou seja a vida posta na matéria sem que a matéria o faça por si, excluímos a inexistência de um deus.
O paradoxo
1- se a vida surgiu sobreposta na matéria de uma forma em que foi superposta e não surgida pelo acaso ou natureza química: a consciência torna-se evolutiva e opera em níveis existências, desde a primeira criatura celular com membrana envolvendo um pequeno ser unicelular ( o principio de um organismo, o indivíduo) estabelecendo um corpo, evoluindo posteriormente até ao próprio princípio criador que fez a vida surgir sobreposta à uma matéria inorgânica, tornando-a em matéria orgânica, produzindo a vida para um determinado fim.
2- se a vida surgiu casualmente, vamos nascer e morrer sem mais alternativas e podemos viver simplesmente por instinto e nada mais nos resta além de morrer e sumir sem ter consciência além da física.
Basicamente eu penso que a vida orgânica nada tem a ver com o pensamento consciente,
Estando eu, vivo e consciente, entendo que sou uma espécie de ser diferenciado dos outros seres que habitam a mesma matéria e o mesmo planeta sob as mesmas condições ambientais e percebo constantemente que estou acima de todos em compreensão e auto consciência.
A minha existência abrange ou está em um patamar acima dos outros como um organismo biológico diferenciado em tudo, e que se refina perante aos outros grandes organismos que são estáticos. Embora como ser humano físico/biológico eu possua um corpo com a semelhança orgânica e celular de cada um dos seres vivos. Eu me diferencio daqueles por ter e ser além da consciência automática para o funcionamento do corpo, uma consciência que transcende a fisicalidade dos animais.
Concluo que:
1- SE DEUS EXISTE -
Se Deus existe, a consciência, além da automaticidade do organismo, se caracteriza pela auto-detecção do mesmo, do próprio “SI”ou doSelf . Havendo em mim uma vida extra-material que no caso a abiogênese se refere, e que se estende em direção vertical, eliptica diretamente em direção à CONSCIÊNCIA SUPERIOR que é a Fonte dessa energia.
2- SE DEUS NÃO EXISTE
Se deus não existe - A consciência é a automaticidade do organismo, se caracteriza por ser somente um controlador intelectual das funções orgânicas e nada mais e é do que apenas um fator secundário e não extenso, ou sem propósito. Não havendo neste caso um ser mental e dessa forma reduzindo o intelecto do ser humano à um sistema de vida sem maiores funções a não ser viver - nascendo e morrendo - sem uma razão maior de ser, a não ser produzir, reproduzir e obedecer a sistemas, onde potentados sobrevivem por sobre os mesmos em proveito para si.
Ou determinar que:
"O dualismo de Platão, visualiza uma dualidade, o ser tem dupla função - física e mental- ou ..."
“Corpo e alma: o dualismo platônico. Durante muito tempo os filósofos ocidentais explicaram o ser humano como composto de duas partes diferentes e separadas: o corpo (material) e a alma (espiritual e consciente). Chamamos de dualismopsicofísico essa dupla realidade da consciência separada do corpo”
Mas não podemos separar o corpo da mente física e não podemos separar a alma da mente espiritual.
Estabeleci portanto, duas condições para a inteligência ( mente) que são: uma física e uma espiritual.
Sem contrariar nada do que foi proposto anteriormente por esses filósofos e estabelecendo um paradoxo existente tal que, se não for superado, ou decidido, entre aceitar ou não, ninguém poderá raciocinar sobre a própria existência.
O pensamento do filósofo francês do século passado – Louis Lavelle em sintonia
“A consciência é sempre consciência da consciência.
A consciência está sempre conectada ao próprio exercício, e ao aparecimento de “estados do ser” que de modo algum isola-se sempre ligado ao ponto paradoxal de consentimento e recusa em união com o todo e ao mesmo tempo separado do todo, dando o nosso próprio espetáculo.
Lavelle descreve tal como:
“Dir-se-á que é por uma extrapolação ilegítima que ultrapassamos
a correspondência actual entre tal operação e tal dado, que nada nos autoriza a pôr um acto perfeito que funda em si todos os dados, e que esse acto primeiro não pode ser mais do que, relativamente à nossa consciência, um acto de fé? Mas estamos aqui para além de todas as oposições que se podem estabelecer entre a experiência, a razão e a fé, no seio mesmo de onde brotam.”
Mas estamos aqui para além de todas as oposições que se podem estabelecer entre a experiência, a razão e a fé, no seio mesmo de onde brotam. É nele que a consciência se constitui, descobrindo concomitantemente a indivisibilidade do acto que a faz ser e a exterioridade de todos os dados que não são subsistentes por si e supõem sempre uma relação com um acto limitado e tolhido; criando ela própria um traço de união entre essas duas infinitudes, a da fonte onde se alimenta e a do objecto para o qual tende; tornando possível e realizando a comunhão de todos os seres particulares na unidade do mesmo universo, e a solidariedade de todos os fenómenos na unidade do mesmo pensamento; redescobrindo a presença actual e inevitável da totalidade do ser em cada instante e em cada ponto. E aceita-se de bom grado que este acto universal, de que falamos, mereça ser denominado um acto de fé, sendo verdade que não pode jamais tornar-se um puro
objecto de conhecimento, que ultrapassa sempre tudo o que nos é dado, que nunca é captado, salvo pela nossa vontade de consentir em cooperar com ele, de tal modo que, se bem que seja em si mesmo a condição de tudo o que pode ser posto, não pode ser posto
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Louis Lavelle
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