26 de fev. de 2015

globalização e o catamarã


É inevitável o avanço da globalização monetária e  aprendemos há muito tempo que não cabe todo mundo no mesmo lado do barco. 


O catamarã da humanidade.
A unica forma viável para a existência da economia é o capitalismo. 
A unica forma de controle do capitalismo é o ativismo social.
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O termo ‘globalização’  reflete um movimento de unificação do mundo, em um só sistema poderoso, pleno em torno de si mesmo, o fim da diversificação das forças e sistemas independentes, subordinando os países e as organizações mundiais entre os países a uma só potencia, a do capital.   

O controle só se estabelece quando há desequilíbrio e não resistência entre poderes com um subjugando completamente os restantes sob a sua vontade.

O ativismo depende de liberdade para manifestar a sua opinião e agir. 
A unica forma de eliminação do caos e evitar o emborcamento da civilização humana num mar especulativo CAPITALISTA é forçar o equilíbrio entre a especulação que se manifesta nas relações de domínio e exploração de classes, e as reais necessidades do ser humano. 

Em 2000, em um estudo dos desafios mundiais, ambientais, o Fundo Monetário Internacional (FMI) identificou quatro aspectos básicos da globalização: 
  • comércio e transações financeiras; 
  • movimentos de capital e de investimento; 
  • migração e movimento de pessoas e a 
  • disseminação de conhecimento. 

O mais efetivo fator de equilíbrio é o que torna tudo visível;  é a disseminação do conhecimento e movimentos ativistas e de denúncias que estão ligados também à globalização e já fazem parte do processo no quadro mundial e possuem força para interferir globalmente.
O encurtamento da distância física entre as pessoas com a possibilidade real de discussão em torno de assuntos polêmicos pela facilidade e rapidez de comunicação em assuntos globalmente importantes que estão ligados à situações que afetam o mundo de forma geral tipo:  mudança climática, poluição do ar e excesso de pesca em  oceanos; evitando que o poder capitalista crie para si um domo de proteção e sobrevivência e deixe o restante da humanidade sem ar e sem água.
De forma simplista, sem entrar em detalhes e teorias, na prática a globalização será ainda daqui a algum tempo um resultado do equilíbrio entre as forças do capital e a força das comunicações que serão as ferramentas principais para o reajuste das situações mundiais. 
Se o capital tomar o poder da comunicação não terá oponente.

RodSanLuc
CPT - Centro de Produções Técnicas

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apanhado de Ramón Peña Castro --- No final dos anos 80 para sugerir a idéia de unificação do mundo, como resultado dos três processos que marcaram o fim do “breve  século XX” (Hobsbawn, 1995). 
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  • A vitória política do neoliberalismo, representada pela ditadura de Pinochet (1973) e pelos governos Thatcher (1979) e Reagan (1980); 
  • a interrupção da ‘construção nacional’ no Terceiro Mundo, esmagado pelo peso insuportável da dívida externa, imposta pelas oligarquias financeiras globalizadas; 
  • a autodesintegração da União Soviética. 


Esses três acontecimentos encerram as três maiores mudanças históricas do século: 
  1. a Revolução Socialista Russa, primeira alternativa real ao capitalismo; 
  2. as variadas  experiências de construção nacional independente no Terceiro Mundo; 
  3. e o reformismo  socialdemocrata, basicamente euro-ocidental, que durante mais de três décadas parecia ter domesticado o capitalismo, por meio do chamado Estado de Bem-estar social. 
  4. E esse encerramento das maiores alternativas concretas opostas ao capitalismo liberal serviu para consolidar a crença na suposta unificação do mundo, representada pela globalização dos mercados. A expressão mais delirante dessa ideia foi, sem dúvida, a tese de Francis Fukuiama sobre o fim da História.
O discurso da ‘globalização’ tem dois sentidos. 
Um descritivo ou simbólico, referido à suposta unificação do mundo. 
Outro, prescritivo ou normativo, representado pelas políticas neoliberais muito concretas, implementadas por agentes e instituições gestoras do capitalismo dominante.
A globalização econômica está longe de ser uma conseqüência mecânica do desenvolvimento econômico ou das novas tecnologias; ela é o resultado de uma política, implementada por governos nacionais e instituições internacionais, mediante instrumentos muito específicos, tais como abertura dos mercados de capitais, bens e serviços, a desregulamentação do mercado de trabalho e a eliminação de qualquer obstáculo legal ou burocrático à ‘livre empresa’ e, sobretudo, aos investidores internacionais.
A globalização neoliberal visa, portanto, a criar as condições de dominação das grandes corporações e fundos de investimento, que confrontam  as empresas nacionais numa concorrência muito desigual em  mercados abertos.
O mercado globalizado de capitais tende a reduzir a autonomia econômica dos governos nacionais, eliminando a possibilidade de manipular as taxas de câmbio, as taxas de juros ou de recorrer a financiamentos orçamentários deficitários. Esse é particularmente visível no Brasil, cuja política econômica está fortemente condicionada pelas regras da globalização neoliberal.
Tudo isso permite afirmar que a globalização é antes de mais nada um mito legitimador da hegemonia do capital financeiro, predominantemente especulativo.
A ideologia da globalização se tornou uma forma de pensamento difuso, interiorizada no senso comum, pelo fato de se alimentar da percepção, superficialmente amalgamada, de uma série de fenômenos reais: o progresso espetacular das comunicações (Internet, sobretudo), a expansão do comércio e das operações monetárias e financeiras, junto com a internacionalização de muitos processos de produção. Em razão disso, a globalização, simbolizada pela ampliação dos mercados e pela Internet, passou a ser vista como um fenômeno ‘natural’ e incontornável; condicionado e condicionante da competitividade internacional que invade todos os espaços da vida individual e social (emprego, formação, consumo, lazer, família, etc).

A globalização neoliberal funciona como mito legitimador das finanças especulativas. Com o auxilio da moeda, fetiche supremo, levanta-se uma densa muralha que separa e oculta os centros de poder real que operam ciberneticamente nas bolsas de moedas, títulos e mercadorias - as modernas catedrais -, onde o dinheiro se transforma magicamente em mais dinheiro, sem qualquer relação aparente com o trabalho produtor de riqueza real.
O lado oculto da globalização neoliberal está representado pelas conseqüências nefastas da racionalização neoliberal dos processos de trabalho e produção, com suas novas formas da ‘gestão fluida’ da força humana de trabalho.

Essa realidade, negada no discurso oficial, constitui um dos fenômenos sociais mais importantes da modernidade neoliberal. O capital amplia continuamente seu poder sobre o trabalho, reorganizando e aumentando o potencial de produção e, com ele, o volume absoluto e relativo do valor excedente apropriado pelos seus diversos agentes (fabricantes, comerciantes, banqueiros e rentistas com diferentes titulações). Banalizando a desigualdade, o desamparo, a miséria e a exploração, a globalização capitalista universaliza a insegurança e a violência.

Contudo, a principal mudança sociológica do capitalismo globalizado se refere à natureza imperialista do poder político. A recomposição do poder econômico do capital mundializado gerou uma série de processos de ‘desnacionalização’, ou melhor, de transferência de soberania das instituições nacionais para os mercados globais. Trata-se de uma transferência de poder de decisão, de governos, parlamentos e partidos políticos sobre aspectos fundamentais da economia e da política nacional, para instituições, supostamente supranacionais, como OMC, FMI, BIRD e BCE, e para os mega-investidores que predominam nos mercados globais. Essas instituições funcionam, portanto, como autênticas potências tutelares, aparentemente anônimas, ilocalizáveis e ubíquas; essas potências onipotentes e onipresentes, se conectam com as grandes redes de corporações oligopólicas, sediadas nos grandes centros imperialistas.

Em suma, a globalização não é, propriamente falando, um conceito teórico. Não passa de um processo ideológico destinado a legitimar, dissimular e unificar um mundo que, justamente por estar uniformizado só pelo capital, é profundamente desigual e contraditório.


PARA SABER MAIS 
ARRIGHI, G. A ilusão do desenvolvimento. Petrópolis:Vozes,1997.
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BEINSTEIN, J. O capitalismo senil. Rio de Janeiro: Record, 2001.
CASTELLS, M. La ciudad informacional. Madrid: Alianza,1995.
CHESNAIS, F.A mundialização do capital. São Paulo: Xamã, 1996.
------------- (Coord.). A mundialização financeira. São Paulo: Xamã,1999.
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FIORI, J. L.(Org.) O Poder Americano. Petrópolis: Vozes, 2004.
FURTADO, C. O capitalismo global. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.
HARVEY, D. O problema da globalização. In: Novos Rumos, nº 27, São Paulo, 1997.
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HIRST, P. & TOMMPSON, G. A globalização em questão. Petrópolis: Vozes, 1998.
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JAMESON, F. A cultura do Dinheiro. Ensaios sobre globalização. Petrópolis:Vozes, 2000.
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MATTELART, A. Comunicação-Mundo. Petrópolis: Vozes, 1999.
SINGER, P. Globalização e desemprego. São Paulo: Contexto, 2000.

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